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A cirurgia no tratamento da DPOC Como visto nos informativos anteriores, o tratamento da DPOC se baseia em:
- abandono do tabagismo (mais importante);
- manutenção da dilatação brônquica (uso de broncodilatadores);
- tratamento das agudizações (antibióticos, corticóides, broncodilatadores, oxigênio);
- prevenção das agudizações (vacinações, uso de corticóide inalatório, uso de mucoativos ou antioxidantes);
- reabilitação pulmonar. A realização de cirurgia como parte do tratamento da DPOC não é uma situação comum. As suas indicações são bem restritas a determinados casos, no entanto, quando bem indicada pode trazer benefício para a qualidade de vida e o desempenho físico do paciente. As cirurgias que podem ser indicadas no paciente portador de DPOC são:
•Bulectomia: Alguns indivíduos, com predomínio do componente enfisematoso da doença, podem apresentar bolhas no pulmão, devido a destruição do tecido pulmonar. Quando essas bolhas forem grandes (geralmente maior que 50%), de maneira que exerçam compressão sobre outras áreas pulmonares, elas devem ser retiradas cirurgicamente, essa cirurgia é chamada bulectomia.
•Cirurgia redutora de volume: É uma operação que consiste na ressecção (retirada) das áreas pulmonares mais intensamente afetadas pelo enfisema, de modo a permitir que áreas remanescentes, também doentes, porém menos comprometidas, possam realizar sua função. Pode ser uma alternativa para pacientes com doença grave ou muito grave, com áreas de enfisema concentrada nas porções superiores dos pulmões e que apresentam baixa capacidade de realizar atividade física, mesmo recebendo de maneira adequada e otimizada o tratamento médico e participando de um programa de reabilitação pulmonar. Os estudos mostraram que, quando indicada com precisão, os pacientes submetidos a esse tratamento cirúrgico apresentaram maior sobrevida (viveram mais) e melhor desempenho físico, quando comparados com outros pacientes na mesma condição, porém tratados sem cirurgia. Entretanto, é importante salientar que para alcançar esse resultado satisfatório os portadores de DPOC continuaram a receber tratamento medicamentoso adequado e a operação foi realizada em hospitais especializados e por equipe médica com vasta experiência na realização desse procedimento cirúrgico.
•Transplante pulmonar: nos portadores de DPOC o transplante deve ser reservado aos doentes com doença grave ou muito grave que apresentam alguma contra-indicação à cirurgia redutora de volume, ou aos que, tendo sido a ela submetidos, retornem progressivamente á condição de incapacidade na realização das atividades físicas devido à progressão da doença, apesar do tratamento adequado com as medicações. A experiência com transplante de pulmão devido à DPOC não é grande, alguns trabalhos científicos sugerem que, quando bem indicado, o transplante poderia melhorar a qualidade de vida do doente e o seu desempenho físico. É importante ressaltar que o tratamento cirúrgico da DPOC é uma situação de exceção, ou seja, fica reservado para um grupo muito pequeno de pacientes e não exclui a necessidade do tratamento convencional (medicamentos, vacinação, cessação do tabagismo e reabilitação pulmonar).